Notícias

Cresce o número de restaurantes, padarias e açougues interditados por falta de higiene

Publicado em 01 de junho de 2024

Em 2023 já foram 30 interdições em Campinas; segundo o Devisa, responsável pela fiscalização, em pelo menos 80% das visitas há autuações: ‘sempre jogamos alimentos fora’.

O número de interdições a estabelecimentos alimentícios em Campinas em 2023 já superou todo o ano passado. Entre janeiro e a última segunda-feira, 30, a fiscalização do Devisa (Departamento de Vigilância em Saúde) já fechou e autuou 30 empresas, entre restaurantes, padarias e açougues. Em todo o ano passado, foram 27 interdições similares.

Para a coordenadora de Fiscalização de Alimentos do Devisa, Anne Dutra, o número reflete um cenário complicado na cidade no que tange aos cuidados sanitários adotados pelo comércio alimentício. De acordo com ela, em pelo menos 80% das fiscalizações os estabelecimentos são autuados. Os índices já chegaram ao patamar de 90%.

Na ação mais recente, a fiscalização do Devisa fechou um restaurante de culinária árabe no Cambuí que, segundo consta da interdição, praticava má conservação dos alimentos – que ficavam expostos ao ar livre -, e que continha infestação de baratas e “sujidades em geral”.

Em março, o departamento interditou um tradicional restaurante no Centro, pelos mesmos motivos. Na ocasião, o Devisa informou que os utensílios usados durante preparação dos alimentos ficavam jogados em meio à sujeira.

Já em fevereiro, o alvo foi um açougue na região do Mercado Municipal (Mercadão), que comercializava carne de procedência desconhecida e produzia linguiça sem as devidas licenças sanitárias. 10 toneladas de carne foram apreendidas pela fiscalização.

Segundo Dutra, o aumento é decorrente de um aumento na equipe de fiscalização, o que possibilitou um maior número de ações. Em 2022, o Devisa tinha apenas nove técnicos que realizavam as averiguações in loco. Agora, dispõe de 13, ainda pouco para fazer frente a quantidade de denúncias que chegam ao departamento.

“Nós recebemos uma média de 1 mil denúncias por ano de todos os canais, 156, Ministério Público, Anvisa, Procon e até polícia. Não é possível fiscalizar todos, então realizamos uma análise técnica levando em conta se há reincidência, qual o teor da denúncia e a gravidade”, explica a responsável pelas fiscalizações.

Segundo Anne, em pelo menos 80% das vistorias há autuação, ainda que o espaço não seja interditado.

“O cenário não é bom. Os estabelecimentos precisam melhorar, precisam conhecer inclusive a legislação, para cumprir os requisitos mínimos de boas práticas e armazenagem de alimentos. Às vezes, durante a fiscalização, não interditamos, mas jogamos muita comida fora, já que não dá para saber qual a origem. Já tivemos percentuais de 90% de autuação em outras épocas”, relata Dutra.

Os proprietários de estabelecimentos autuados são convidados a participarem de uma capacitação de boas práticas, mas, de acordo com o Devisa, negam, na maior parte das vezes.

Além disso, a administração oferece capacitação a interessados através de parceria com o Senac. Conforme Anne, a meta é tornar a capacitação como requisito para abertura de estabelecimento.

 

Fonte: sampi.net.br.

× Como posso te ajudar?