Mudanças de comportamento nos hábitos alimentares começam a impactar de forma global a cadeia de abastecimento. Esta por sua vez, começa a se alongar para dar conta de tal demanda.
Com cada vez mais equipamento e maquinaria utilizada na produção de alimentos, armazenamento, processamento e logística, engenheiros de OEM – Original Equipment Manufacturer antecipam seus custos, prevendo a criação de equipamentos facilitadores da limpeza e higiene na produção.
Sabemos que são nestas fábricas de processamento de alimentos, instalações de armazenamento e de logística e de colheita dos agricultores que as bactérias podem se desenvolver, por encontrarem condições em ambientes úmidos e quentes.
Afinal, a contaminação de alimentos pode ser um negócio caro, incluindo a perda de produção, recalls de produtos, além da reputação das marcas.
Estudos sugerem invariavelmente, um em dez ou um em cada cinco pessoas na América do Norte e Europa podem sofrer de doenças transmitidas por alimentos contaminados a cada ano. Não surpreende, portanto, limpeza e higiene estão no topo da agenda para as empresas da cadeia alimentar.
Compreendendo antes que, o topo da cadeia alimentar é ocupado, muitas vezes, por um grupo de supermercados gigante, que ao serem exigidos em termos de vigilância sanitária e ambiental, também exigirão de seus fornecedores de alimentos, e assim por diante, o reflexo da higiene estará em toda a cadeia.
Como o mercado de alimentos evolui então?
Engenheiros projetando máquinas para uso em ambientes de alimentos estão cada vez mais se voltando para materiais como o aço inoxidável, alumínio, cerâmica e plásticos de alto desempenho, que são mais fáceis de limpar. Eles também estão desenvolvendo projetos de limpeza de forrado sem recantos, fendas, ranhuras, sulcos, etc, onde o crescimento bacteriano pode ganhar uma posição e permanecer invisível.
Naturalmente, os OEMs (Original Equipment Manufacturer) precisam trazer seus fornecedores para desenvolver componentes que atendam aos objetivos de limpeza. A indústria criou novos motores para processar os alimentos, por exemplo, aqueles que não possuem fendas onde o acúmulo de bactérias pode começar, ou são à prova d’água para que a limpeza no local e a lavagem seja executada com as escovas industriais equipadas para o porte destes motores.
Não é surpreendente que os regulamentos de higiene em relação à manipulação de alimentos estão sendo apertados ao redor do mundo. Nos Estados Unidos, por exemplo, a FDA- Food and Drug Administration reforça investigações e pesquisas no intuito de garantir a segurança contra bactérias nas redes de abastecimento de alimentos.
Além disso, os fabricantes de alimentos são agora obrigados a elaborar planos formais para prevenir a contaminação em suas instalações.
A regulamentação da cadeia, de forma mais rígida, está sendo observada desde 2011, quando produtores, embaladores, operações de armazenagem e operadores de transportes também passaram por treinamentos, bem como os donos das cadeias investiram em novos maquinários e procedimentos, de forma a criar novos hábitos de higiene e limpeza em suas instalações.
Um plano global de limpeza
A China, por exemplo, devido à intensa urbanização implementa de forma rigorosa as normas de higiene em suas fábricas de alimentos. Na Ásia, a cultura de comida de rua começa a passar por uma certa conscientização e revisão em prol de hábitos de limpeza, enquanto a África e a Índia buscam atender aos clientes ocidentais.
As normas de limpeza, bem como a implementação dos motores das fábricas, estão sendo alinhadas aos novos comportamentos de consumo alimentar.
Por exemplo, como os países se tornam mais desenvolvidos e os estilos de vida acelerados, há um aumento na demanda por itens de conveniência ou de alimentos prontos para comer, parcialmente transformados que não precisam de preparação. Ou ainda por temperos exóticos, sendo que todos estes itens implicam numa cadeia de abastecimento mais longa.
De tal forma a cadeia de alimentos se vê impactada pela demanda dos consumidores, que não só as máquinas e instalações passam por uma questão da higiene na produção de alimentos, bem como os motores das máquinas ganham design e materiais mais acessíveis à limpeza. Os custos de tal desenvolvimento nos motores podem ser ainda adaptados para outros setores, como o farmacêutico, de biotecnologia, área médica, e até instalações de construção de satélite.
Aqui no Brasil, existe a normatização por parte da ANVISA e também por parte das secretarias, de forma a seguir as regras HACCP, cujos sete princípios podem ser descritivos desta forma:
- Analisar e identificar potenciais perigos no processo de produção;
- Identificar pontos críticos de controle, são aqueles pontos no processo onde potenciais perigos possam acontecer e ser eliminados/controlados;
- Estabelecer limites críticos para cada um destes pontos;
- Monitorar e assegurar que os pontos críticos estão de limites pré-estabelecidos de segurança.
Tais regras e princípios evoluíram muito ao longo destes anos, ainda mais por serem importantes e referência não só para a indústria de alimentos e sua cadeia, como para os demais segmentos. As práticas básicas de higiene e limpeza, além do uso de escovas industriais em procedimentos de lavagem constituem praticamente um investimento óbvio e crucial para a saúde dessa indústria como um todo, bem como dos consumidores que mundialmente dependem destas empresas.
FONTE: Weinberger